terça-feira, 10 de novembro de 2009

O maior dos desafetos de Bruno

É no Santo Sepulcro, um dos templos mais importantes da cristandade e a última etapa de sua peregrinação pelos lugares sagrados de Jerusalém, que Bruno vai se lembrar da conversa que teve com mãe, ainda no Rio. Algumas palavras ditas ali, durante um almoço, ainda ecoam na sua memória – e lhe soam mal.

Está ali para cumprir a promessa feita quando era ainda um garoto e estava muito doente. Silvia, muito devota, prometeu que se ele se curasse, um dia, qualquer dia, quando estivesse na Terra Santa, visitaria esses lugares e rezaria para agradecer a graça. E Bruno cumpre com tanta fé que emociona sua companheira, Ana.

Mas é ali também que Bruno vai se lembrar de quando Silvia falou sobre o quanto ele é parecido com o pai, não fisicamente, mas no jeito de ser, no gestual, na maneira de se comportar. Diz isso depois de encarar o filho fixamente, um brilho melancólico no olhar. Bruno empurra o prato aborrecido. Sim, toda vez que tocam nesse assunto, Bruno se aborrece. Não quer que a mãe se lembre do pai, uma pessoa que tanto a fez sofrer.

Mas ela confessa: não se lembra porque quer. É mais forte que ela. Por mais que aquele homem tenha lhe causado mal, tenha lhe abandonado, a imagem dele ainda é viva dentro dela. E é isso que incomoda Bruno.


Mas por quê? O que teria acontecido? Quem será esse homem?

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