quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Após anos tentando entrar na Globo, Bárbara Paz rouba a cena em “Viver a Vida” ao interpretar a alcoólatra Renata

De todos os conflitos que plantou na sua “Viver a Vida”, novela das 8 que estreou no dia 14 de setembro na Globo, Manoel Carlos aposta boa parte das fichas na história de Renata, interpretada por Bárbara Paz. E apenas a história dela já daria uma novela inteira: aspirante a atriz ou modelo (o que aparecer primeiro), meio perdida e com baixa estima acentuada, ela está habituada a substituir a comida pelo álcool. Criada numa casa onde o consumo de álcool era tratado com naturalidade, ela vive dois palmos acima do chão, tentando não perceber que seu namorado, o médico Miguel (Mateus Solano), é apaixonado pela namorada do irmão gêmeo, Jorge (Mateus Solano). “O Miguel fala que ela é mais paciente do que namorada. E ela sente que ele não gosta mais dela, por isso vai se afundando cada vez mais”, explica a atriz.

Personagens que têm relação conturbada com a bebida são uma constante nas novelas de Manoel Carlos e, entre os memoráveis, estão o Orestes de “Por Amor” (1997), interpretado por Paulo José, e a professora Santana, papel de Vera Holtz em “Mulheres Apaixonadas” (2003). Desta vez, o distúrbio que movimenta a trama é o que se tem chamado de drunkorexia, uma espécie de moda em Hollywood, com “adeptas” como Kristen Dunst e Lindsay Lohan. “Já ouvi muita gente dizer ‘sou drunkorexica’, como se fosse bom”, espanta-se a atriz.

É o primeiro papel de Bárbara numa novela da Globo – antes, ela havia participado apenas de um episódio da série “Força Tarefa”, em abril. Sem fazer charme, ela admite que esperou muito pelo papel e que a chance na Globo demorou tanto a aparecer por sua imagem ter ficado ligada à Casa dos Artistas, do SBT, do qual saiu vencedora em 2001.

Oportunidade de ouro para ganhar dinheiro num primeiro momento, o reality show acabou criando obstáculos na carreira da atriz, só vencidos depois que ela resolveu se retirar da TV e investir em trabalhos no teatro. Lá, dirigida por nomes como Bibi Ferreira e Eduardo Tolentino, obteve o respeito necessário para apagar a imagem de protagonista de novelas mexicanas. Foi mais uma grande virada na sua vida.

A outra, aconteceu há 17 anos. Recém chegada a São Paulo, vinda da pequena Campo Bom (RS) para seguir a carreira de modelo e estudar teatro, com apenas 17 anos, ela sofreu um acidente de carro que lhe deixou marcas no rosto. Portas foram fechadas, ela conta. “Fui uma pessoa que me superei a vida toda. Por isso, quando me chamaram para a novela e eu vi que o tema seria superação, pensei que só pode ser mesmo o destino.”

Nenhum comentário: